sábado, 16 de janeiro de 2010

Felizes para sempre...


Eu procuro o amor perdido nas páginas,
Desgastado nas cenas, hibernado onde não sei

Eu procuro o amor de fazer derreter mãos,
De aprisionar no ser a voz, de sacolejar o coração

Eu procuro o amor que entrelaça, antes, mentes, pensamentos;
E, só então, matérias sedentas, postas em erupção

Eu procuro o amor dos contos surreais
Que à infancia não pertencem mais,
Contudo que nutrem de fantasia ao menos um coração

Eu procuro o amor que prende olhar no sorriso
Olhar que no tocar do amado corpo encontre repouso,
Encontre abrigo de tudo mais que difere de tal gozo

Eu procuro o amor que não procure lábio;
Que procure alma, encontre essência,
Parte de si no estranho mais íntimo que lhe há

Eu procuro o amor capaz de vencer a banalidade que é o desejo solitário
Mas que seja frágil ao opor-se a si mesmo,
E, para tanto, cultue, pois, o seu templo divino, adorado

Eu procuro o amor de entrega magistral
Que não ameaça evitar coisa igual
Que ri de tal sentença, visto que é tola, ilegal

Eu procuro o amor quimeresco, rudimentar, avassalador
Amor irreverente, intenso e, por que não, amado
Amor que tanto idealizo e como miragem vejo

Eu procuro o amor que se perdeu no tempo
Que o levou o vento por permitirem-no, sem me consultar

Eu procuro o amor que habita em mim
Mas é prematuro para amar

Eu procuro o amor que não se possa descrever
Que venha a surpreender, que eu não saiba viver
Nem tampouco controlar

Eu procuro o amor digno de mim
Digno de se dizer amor
Digno para que eu possa amar
SOUZA, Daniele.