Ele é a extensão do informe e do abstrato ao real e concreto que há em mim. Pois no pensamento, ele tem o poder de por-me em conflito comigo mesma. Então, penso, cobro-me; arrependo-me a ponto do conotativo denotar-me dores angustiantes e conflitos enlouquecedores. Faz-me deslocar a mim de um lugar ao outro sem notar nada pelo caminho, visto que nele e em tudo que está a volta, fora de mim, nada faz sentido.
E a escuridão não me assuta; e o frio não penetra minha pele; e as pessoas não são importantes. Estou impermeável; num conflito interno com um inimigo invisível, constante, jamais exibido ou revelado a mim. Porém, que me parece íntimo.
Você não sabe de quem estou falando. Porquanto ele escolhe apenas um para fazer companhia.
Quando saio desses momentos como fossem de hipinoze, tento centrar-me e buscar respostas em vão: "Quando, onde e como permiti-me envolver; de que forma e por que aceitei me desprender?" A resposta que desejo, à mente não vem. Só o que ficou em mim, desde sua primeira aparição, ou não, foi uma breve e fria apresentação:
_ Prazer, sou seu Inconsciente.
SOUZA, Daniele.