Ao longo da História, o homem inseriu, naturalmente, nos espaços por ele ocupados, registros de sua evolução que caracterizam um ou outro estágio de progresso por ele assumido. Nesse processo de construção de sua identidade humana, ele fundamentou, dentre muitos outros, o conceito de ética - que, segundo dados históricos, acompanha-o desde o princípio de sua trajetória e aponta traços históricos, temporais, culturais e outros.
Os valores encerrados pelo vocábulo "ética", no Brasil, obedecem a leis de localização geográfica, de acúmulo cultural tão diversificado e, notadamente, da própria globalização - marca do século XXI -, que acaba por fundir os tais, oriundos daqui ou de acolá, de modo sutil, mas que, nada obstante, pode resultar em um abandono dos valores éticos e essenciais, à medida em que se perde o referencial e, destarte, o indivíduo não é mais capaz de reconhecer o que é defendido como correto ou viável pelo grupo do qual faz parte.
O desapego aos valores em questão é massificado ao senso comum de maneira cada vez mais recorrente e, como consequência, é tido como normal pelo saber popular. Tal prática é, por assim dizer, "financiada" por interesses, em princípio, individuais que se sobrepõem ao que há com real importância para a totalidade. Assim sendo, a troco de somar conquistas particulares a qualquer custo, sabotam-se princípios éticos, morais, sociais, políticos, religiosos e de toda ordem, como que ridicularizando-os.
No Brasil é cada vez maior o contingente de pessoas que, com fins à projeção pessoal, ultrajam os limites éticos dos escritos "Ordem e Progresso" grifados na bandeira nacional. Deve-se ficar entendido que quando se nega ajuda a um ser humano abandonado à própria sorte - ou falta de - tanto como ao faltar com a verdade em um discurso político - maior ou menor - o mal causado é convertido ao todo, condicionado a sofrer as consequências dos que apresentam posturas contrapostas à dignidade e decência.
Os desvios de conduta apresentados são decorrentes de deficiências constadas, essencialmente, no desenvolvimento integral do ser. O que exige, pois, uma ação social direcionada, sobretudo, para o que há de mais preponderante e determinante em sua formação: a educação. Empenhados nessa árdua tarefa deve estar a sociedade por completo, contudo, dois núcleos deverão ainda mais o ser: a família e a escola. Somente dessa forma pode-se modificar o quadrante do indivíduo frente à ética nacional.
SOUZA, Daniele.
*Dissertação que me garantiu aprovação no vestibular.