Medo, insegurança, receio pela felicidade constada no pensar no que não devo. Surge aquele frio na barriga que logo remete a imagem do ser mais próximo a perfeição que há a mim.
Penso: "Não quero, não posso, não devo pensar." Entretanto, em mais uma sabotagem de minha mente, como em câmera lenta, em imagens seriadas de tuas mais belas expressões, vejo-te - mesmo com olhos fechados; teu cheiro sinto - inebriante demasiado; arrisco-te um beijo - e mui culpada fico.
Meu querer por ti tão intenso apresenta-se que me leva a ressignificar e reconstruir, ainda que involuntariamente, cada palavra e gesto teus de forma a figurarem declarações de amor. Balela! (Quem me dera.)
Em sonhos, és meu prometido - e isto me parece tão certo, não restam dúvidas em mim.
Algo parece nos unir, aprisionando-nos a nós. Mas a realidade nos liberta e insiste em estabelecer a platonicidade de um sentimento distante do possível mas inegavelmente comigo vivo.
SOUZA, Daniele.